O Projeto Capacitação Profissional é o programa de aprendizagem do Despertar Sonhos que atende a Lei nº 10.097/2000, regulamentada pelo decreto Federal nº 598/2005 e portaria 723/2012, onde dispõe que: “São obrigados a contratar aprendizes os estabelecimentos de qualquer natureza, que tenham pelo menos 7 (sete) empregados de acordo com o percentual exigido por lei (art. 429 da CLT ) em no mínimo 5% e no máximo 15% por estabelecimentos (CNPJ ) calculado sobre total de empregados cujas funções demandem formação profissional.
A capacitação busca aproximar a teoria da prática, mediante a participação dos instrutores e dos capacitando em ações dinâmicas, fundamentadas na própria construção do processo de ensinar e aprender, de forma crítica e criativa, considerando a realidade de vida dos capacitando, resgatando conhecimentos e vivência do grupo.
A proposta coloca-se como inovadora ao abrigar a necessária flexibilidade que permite aos instrutores adaptá-la à realidade local, sem perder a essência do programa. Esta flexibilidade aplica-se, inclusive, aos espaços físicos e à participação de profissionais conhecedores dessas peculiaridades, a fim de poder explorá-las ao máximo.
Desenvolvemos cursos de acordo com a necessidade de cada parceiro.
O programa visa desenvolver habilidades e competências profissionais e pessoais de jovens , preparando-os para as atividades laborais da empresa, oferecendo um direcionamento para a progressão da carreira.
“Nada é tão nosso quanto os nossos sonhos.”
Friedrich Nietzsche
Organizar e implementar um programa de aprendizagem profissional para jovens e adolescentes implica como propõe a Organização Internacional do Trabalho, uma reflexão não apenas sobre as suas oportunidades de obter uma ocupação de qualidade, como também sobre as suas possibilidades de transição no mercado de trabalho, ou seja, de construção de percursos diferentes para trajetórias ocupacionais futuras (ANTD, 2016).
Ao reconhecer os adolescentes e jovens como sujeitos sociais, o Programa Capacitação Profissional da Rede Despertar Sonhos rompe com a concepção reducionista de adolescência e juventude como fase de transição e problema social. Nosso programa reconhece os adolescentes e jovens como cidadãos ativos e participativos, logo, estão no centro das nossas situações de aprendizagem. A noção de adolescências e juventudes no plural reitera a importância de reconhecer as diferentes experiências e trajetórias destes sujeitos, sobretudo em suas intersecções entre raça, gênero, sexualidade, territórios, entre outros.
Tomar os jovens como sujeitos não se reduz a uma opção teórica. Diz respeito a uma postura metodológica e ética, não apenas durante o processo de pesquisa, mas também em meu cotidiano como educador. A experiência da pesquisa mostrou-me que ver e lidar com o jovem como sujeito, capaz de refletir, de ter suas próprias posições e ações, é uma aprendizagem que exige um esforço de auto-reflexão, distanciamento e autocrítica. (Dayrell, 2003, p. 44).
O mundo do trabalho é compreendido como complexo e em permanente transformação, todavia a competência passa a ser o foco da formação para o trabalho. Nosso programa de aprendizagem busca o alinhamento destas demandas promovendo um aprendizado por competências em consonância com as normativas nacionais de educação profissional. O exercício da competência, na perspectiva de desenvolvimento contínuo, envolve conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que podem ser constantemente aprimorados.
“Se você continuar a fazer o que sempre fez, vai continuar a conseguir o que sempre conseguiu.”
Tony Robbins
Alinhada aos avanços e exigências do mundo do trabalho para o século XXI, a Rede Despertar Sonhos mantêm o compromisso para que seu programa de aprendizagem seja menos conteudista e mais focado no desenvolvimento e preparação dos adolescentes e jovens aprendizes para os desafios do mundo atual. Nossa concepção metodológica rompe com a tradicional divisão entre teoria e prática e privilegia o desenvolvimento de competências por meio de situações de aprendizagem criativas, integradoras e centradas na autonomia dos jovens.
As situações de aprendizagem são organizadas a partir das Metodologias Ativas, cujos principais elementos são participação ativa e engajamento dos jovens. Para Brent e Felder (2009) a aprendizagem ativa é caracterizada por atividades em que os jovens são requisitados a fazer, em vez de apenas assistir, ouvir e tomar notas. Aprende-se resolvendo problemas, pesquisando, testando hipóteses, tomando decisões e agindo em equipe para atingir os objetivos, de forma a estabelecer uma conexão entre a sala de aula e o mercado de trabalho
O desenvolvimento dos adolescentes e jovens deverá contribuir para a formação de competências que impactam os diversos domínios da vida humana, no âmbito pessoal, social e profissional.
As situações de aprendizagem indicadas na imagem abaixo proporcionam oportunidades para o desenvolvimento de competências além das
relacionadas diretamente ao conteúdo. O empenho e engajamento dos jovens aprendizes na realização das atividades são determinantes, logo é possível desenvolver autonomia, senso crítico, criatividade, reflexão, poder de argumentação, investigação, técnicas de pesquisa, colaboração, comunicação, tomada de decisão, entre outras.
Antes de relacionar as competências e habilidades para as grandes aprendizagens, é importante ressaltar o que Costa (2009) define como aprendizagem e competência. Aprendizagem significa as diversas formas por meio das quais podemos acessar, adquirir, reter, contextualizar e produzir conhecimento, ela responde à indagação sobre como adquirimos e construímos conhecimento. Já a competência diz respeito à nossa capacidade de utilizar o conhecimento adquirido ou produzido, para enfrentar os desafios que a vida nos coloca nas esferas pessoal, social e produtiva, as competências nos remetem ao uso que fazemos dele nos diversos âmbitos de nossa existência. Entendemos competência como a capacidade de mobilizar conhecimentos (saber teórico), habilidades (saber prático), atitudes (querer fazer), valores e emoções (ser) para resolver demandas complexas da vida cotidiana e do mundo do trabalho. Conciliar os processos emocionais e racionais leva à compreensão de que é preciso saber equilibrar e harmonizar nossas competências.
A aprendizagem baseada em competências, segundo Tuning (2007) permite avaliar e melhorar o desempenho, interpretar situações, analisar o contexto, resolver problemas e realizar ações inovadoras.
Todas as situações de aprendizagem propostas no programa da Rede Despertar Sonhos são pensadas para contribuir com o desenvolvimento de três macro dimensões fundamentais para que o aprendiz possa se desenvolver plenamente, considerando a progressão das suas potencialidades, ou seja, a capacidade de cada um de fazer crescer algo que traz consigo ou mesmo que adquire ao longo da vida
Dimensão Pessoal: compreende objetos de conhecimento e habilidades que visam oportunizar aos jovens o autoconhecimento, autonomia, autoestima e a autogestão e a construção de uma identidade responsiva, que integre valores morais e de cidadania.
Dimensão Social: pressupõe o aprendizado de conhecimentos e habilidades relacionados à convivência nas esferas privada e pública, voltados ao desenvolvimento da empatia, da sensibilidade social, da criticidade, bem como do sentimento de responsabilidade e compromisso com o bem comum.
Dimensão Profissional: conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, que dão condições à pessoa de aplicar na prática seus conhecimentos teóricos.
A organização do trabalho pedagógico na sala de aula presencial ou remoto é de fundamental importância para a efetividade dos objetivos de aprendizagem. Adotamos a Oficina Pedagógica como estratégia metodológica, por proporcionar aos jovens “situações concretas e significativas, baseada no tripé: sentir-pensar-agir, com objetivos pedagógicos” (VALLE; ARRIADA, 2012, p. 4).
Oficinas são momentos de produção de conhecimentos, que partem de uma realidade, fato concreto que são discutidos, e o conhecimento produzido é transferido para essa realidade com o objetivo de transformá-la (VIEIRA; VALQUIND, 2002).
Para Sant’anna (1995) a avaliação é um processo pelo qual se procura identificar, aferir, investigar e analisar as modificações do comportamento e desempenho do jovem, do educador e do sistema confirmando se a construção do conhecimento prático e teórico se processou. As propostas de avaliação do programa de aprendizagem da Rede Despertar Sonhos não devem ser encaradas como uma exigência burocrática, apenas para cumprir as orientações das normativas nacionais de educação profissional. É preciso que o/a educador/a reconheça a ação como um elemento integrador entre o processo de ensino e de aprendizagem.
Contemplado em todo o processo de aprendizagem, a avaliação é uma ferramenta necessária para auxiliar na reorganização das situações de aprendizagem, de modo a favorecer esse processo. O mapeamento do desempenho dos jovens aprendizes indica os avanços e as dificuldades que precisam pautar as estratégias didáticas referentes ao desempenho dos jovens aprendizes. Nosso programa desenvolve dois tipos de avaliações
:
Ação educativa semestral que têm como objetivo verificar a assimilação e acomodação dos conteúdos desenvolvidos no programa de aprendizagem. O foco não é mensurar a capacidade de memoria, mas sim, a capacidade de sistematizar e articular os conteúdos aprendidos na capacitação teórica com a vida pessoal e profissional. Utilizamos o questionário aberto como estratégia de avaliação.
Avaliação de Desempenho
A avaliação por competências é um processo contínuo pelo qual se compilam evidências de desempenho e conhecimentos de um indivíduo em relação a competências profissionais requeridas. Assim, os resultados da avaliação de desempenho serão bases efetivas para a melhoria do desenvolvimento integral dos jovens. Para estabelecer uma estrutura de gerenciamento de competências é preciso garantir que os jovens entendam que serão avaliados regularmente, tanto na capacitação teórica como na prática.
Será utilizada a Avaliação 270º como ferramenta de acompanhamento e sistematização do desempenho dos jovens aprendizes a partir de três perspectivas: o jovem (auto avaliação), educador e a liderança da empresa.